Património e Cultura

Museu Vivo do Franciscanismo

Depois de encerrada durante 30 anos, a Igreja de S. Francisco, ou dos Frades ou ainda conhecida por Nossa Senhora do Gaudalupe reabriu como Museu Vivo do Franciscanismo, que tem sido visitado por inúmeros turistas, como de investigadores que procuram naquele espaço fonte de informação sobre a presença franciscana nos Açores.

 

A reabilitação do templo do século XVII, propriedade da Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande, resultou de um protocolo estabelecido com a Câmara Municipal da Ribeira Grande, que passou a ser responsável pela sua utilização para o transformar em museu, cujo projeto de recuperação desta pequena jóia arquitetónica possibilitou que fosse devolvida à população da ilha, tendo em vista resgatar a memória e a presença dos Franciscanos insulares, não apenas na ilha de S. Miguel, mas em todo o arquipélago.

 

A recuperação do edifício contemplou a recuperação do seu importante património interior, como retábulos datados da fundação da igreja e imagens que relatam a história de São Francisco. Assim foi possível recuperar um valioso património, como uma pintura que, segundo os especialistas, vem a ser o quarto exemplar do país dedicado à devoção a Santa Úrsula e ainda a chamada imagem de Cristo atado à coluna, que retrata o denominado momento da Paixão.

 

A parceria entre a Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande e o Município teve como intuito perpetuar a memória dos Frades Franciscanos e a sua importância para a comunidade local. O trabalho foi desenvolvido por técnicos afetos àquele espaço, o qual tem servido para divulgar o museu em diversos países, sendo atualmente uma referência a nível internacional.

Núcleo Museológico da Misericórdia

  • Exposição

    É na sede desta Santa Casa que se encontram registos, artigos e obras, que nos transportam numa verdadeira viagem histórica. Este é um espaço dedicado à sua divulgação.

  • Na Imagem

    Arquivo da Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande, onde se encontra o acervo documental com os primeiros livros de tombo desta Misericórdia, com importantes registos históricos, desde a sua fundação, em 1593.

Procissão do Senhor Santo Cristo dos Terceiros

A procissão do Senhor Santo Cristo dos Terceiros sai, anualmente, pelas ruas da Ribeira Grande, no primeiro domingo da Quaresma, numa imponente procissão, muito concorrida e que é acompanhada por uma moldura humana impressionante que acorre à cidade nortenha. Antigamente, esta procissão era realizada na quarta-feira de cinzas.

 

É sempre assim todos os anos nos tempos modernosa Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande promove a realização desta conhecida procissão, que sai da igreja do antigo convento de Nossa Senhora da Guadalupe e que desde 2013 foi transformada em Museu Vivo do Franciscanismo.

 

Trata-se de uma festa religiosa de cariz penitencial, que a Secular Ordem Terceira a impulsionou como meio de evangelização, e tem sido o moto para se reflectir sobre a vivência quaresmal, como tempo de enfrentar os nossos desertos e as tentações que nos aliciam a uma vida onde Deus não tem lugar.

 

A procissão integra os andores que evocam a história de São Francisco de Assis e dos santos pertencentes à Ordem Terceira, mormente o que narra a Paixão de Cristo num dos momentos da via sacra.

 

Esta festividade dos Terceiros resistiu às vicissitudes do tempo e, graças à Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande, é possível continuar a preservar um importante legado de um Património Cultural Imaterial e que valoriza a cidade da Ribeira Grande.

 

Esta Procissão tem características muito próprias, desde logo as suas imagens que contam a história das três ordens Franciscanas; são imagens de vestir que são preparadas pela comunidade. No primeiro domingo da Quaresma a comunidade veste e adorna as imagens e fá-las circular. Associado a isto há tradições que se preservam, como os encapuzados que eram irmãos terceiros penitentes atrás da imagem do Santo Cristo.

  • Apresentação da Candidatura

    Vídeo de suporte à apresentação da candidatura ao Inventário Nacional do Património Cultural e Material da Procissão do Senhor Santo Cristo dos Terceiros, decorrida no Museu Vivo do Franciscanismo.